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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Contra hipertensão, alimentação saudável e zumba no shopping



Distinguir alimentos saudáveis daqueles não saudáveis é um bom começo para evitar os fatores de risco para doenças como a hipertensão. Nesta sexta-feira, 24 de abril, a Secretaria da Saúde do Estado vai orientar o público das 10 às 13 horas, no Shopping Benfica, sobre alimentação saudável e fatores de risco, durante as atividades que marcarão o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, 26 de abril. Com orientação de cardiologista e nutricionista, as atividades incluem medição do Índice de Massa Corporal (IMC) e pressão arterial e, a partir das 11 horas, aula de zumba, atividade física que mistura ginástica e dança latina, para estimular as pessoas a evitar o sedentarismo.

Conforme a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), o sedentarismo, o estresse, maus hábitos alimentares, excesso de peso e a idade são fatores de risco para a hipertensão, que tem estimativa de acometer 5 a 10% da população com até 18 anos, ou 7 milhões de crianças e adolescentes, e cerca de 30% da população adulta, chegando a mais de 50% na terceira idade. Em Fortaleza, conforme o Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizado pelo Ministério da Saúde, 38,9% da população de 18 a 24 anos comem carne com excesso de gordura, 29,7% estão com excesso de peso, 51% praticam atividades físicas insuficientes no tempo livre, 19,2% são fisicamente inativos, 7,1% fumam, 6,3% são obesos e 3% têm diagnóstico de hipertensão arterial.

A maioria das pessoas com hipertensão não apresenta nenhum sintoma no início da doença. Por isso, é chamada de doença silenciosa. A única forma de saber se a pressão está alta é verificando regularmente, com aparelhos calibrados e profissionais preparados. Os principais sintomas do aumento de pressão arterial são dor de cabeça, cansaço, tonturas, sangramento pelo nariz. Pessoas com excesso de peso, que não têm alimentação saudável, ingerem muito sal, não fazem atividades físicas, consomem muita bebida alcoólica, são diabéticas ou têm familiares hipertensos correm maior risco de serem hipertensas.

Hipertensão, usualmente chamada de pressão alta, acontece quando a pressão arterial se mantém sistematicamente igual ou maior que 14 por 9. A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. Dados do Ministério da Saúde apontam que a hipertensão atinge mais de 50% das pessoas na terceira idade, está presente em 8% das crianças e adolescentes no Brasil, e é responsável por 40% dos infartos, 80% de acidente vascular cerebral (AVC) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), inclusive a hipertensão, são responsáveis por 59% dos óbitos no mundo.




Assessoria de Comunicação da Sesa

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Fórum de Editores Científicos questiona internacionalização dos periódicos brasileiros


O Fórum de Editores da Fiocruz divulgou uma carta na qual problematiza e questiona os movimentos em curso para a internacionalização dos periódicos brasileiros, e reafirmando seu compromisso com o debate político sobre a ciência brasileira e sua disseminação, constituindo espaço de discussão e formulação de políticas editoriais e de C&T que garantam a independência e a qualidade das revistas científicas.O documento parte de um importante diagnóstico: por um lado, a limitada participação de pesquisadores brasileiros em artigos com colaboradores internacionais. Por outro, a emergência de novos atores no mercado editorial – publishers ‘predadores’, que aceitam qualquer artigo mediante pagamento, e mega journals, que não usam critérios como relevância ou avanço científico para restringir publicações.
Em seguida, a carta analisa dois movimentos no sentido da internacionalização dos periódicos brasileiros. O primeiro deles, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), corre o risco de copiar – e acabar fortalecendo – o modelo de negócios dos grandes publishers. O segundo, da Scientific Electronic Library Online (SciELO), consiste na mudança de critérios para a permanência ou inclusão de periódicos em suas coleções: alguns dos novos critérios valorizados – como origem internacional de autores, participação obrigatória de pareceristas e editores estrangeiros e publicação em inglês – podem diminuir a qualidade dos artigos, ferir a autonomia editorial e reduzir a penetração de certos temas da saúde coletiva entre profissionais e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A ciência brasileira internacionalizada dessa forma deixará de lado questões de pesquisa de maior interesse regional para se adaptar ao ambiente científico dos países que lideram a publicação científica de alto fator de impacto?”, questionam os autores do documento. O objetivo do Fórum de Editores Científicos da Fiocruz não é desmerecer os esforços empenhados, mas chamar a atenção para a necessidade de um debate mais amplo e profundo sobre o desafio da internacionalização, que requer políticas e investimentos de médio e longo prazos. “Dificilmente estímulos na produção editorial por si sós serão capazes de alterar genuinamente o atual quadro de colaboração internacional acadêmica. Portanto, esse debate deve se fazer de modo articulado com as políticas tanto de pesquisa quanto de ensino do país”, destaca o documento. “Sugere-se um olhar mais cuidadoso para as especificidades e os percalços de cada área, reconhecendo-se que a internacionalização não é uma meta que deva ser seguida por todo periódico científico”.
A carta propõe, ainda, alternativas como o fortalecimento de editoras institucionais e universitárias e repositórios institucionais, que podem ter um papel importante na disseminação da produção acadêmica de modo mais amplo, descentralizado, livre e criativo.
O Fórum de Editores Científicos, criado em outubro de 2014 no âmbito da Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC), congrega os periódicos científicos da instituição e a Editora Fiocruz.