Alexandre Padilha concluiu no Ceará o roteiro de visitas aos 16 Estados classificados como de alto risco de epidemia de dengue em 2011. “O governo federal estava certo em se antecipar na classificação dos riscos, mostrando o Ceará entre esses 16 Estados, mas nossa capacidade de mobilização pode impedir a epidemia”, convocou o ministro, lembrando as avaliações realizadas pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2010 e janeiro deste ano. “Temos indicações de que aquela classificação venha a se confirmar e os nove óbitos já confirmados no Estado devem servir como um alerta a mais”, disse o ministro sobre o mapa de risco de epidemia de dengue nos municípios.
Para evitar mortes em conseqüência da dengue, Alexandre Padilha ressaltou a necessidade de reorganização dos serviços de saúde. “Foi-se o tempo que combater a dengue era só matar mosquito”, observou. “O importante para evitar óbitos é que os serviços da atenção básica estejam absolutamente capacitados para reconhecer e tratar a doença”, alertou o ministro sobre a responsabilidades dos municípios em qualificar a atenção nos postos de saúde e nas equipes de saúde da família. Ele reforçou a recomendação para que todos os consultórios e postos de saúde tenham afixadas as recomendações de diagnóstico e manejo clínico distribuídas pelo Ministério da Saúde.
O Ministro da Saúde pediu que cada prefeito constitua um comitê ou grupo de trabalho insterinstitucional para enfrentar a dengue no município. “Se nos juntarmos nesse momento, é possível impedir a epidemia”, disse. “Se cada um não cuidar da sua casa, do seu bairro, da sua cidade, não vamos conseguir”, provocou. O vice-governador Domingos Filho reforçou a solicitação de Alexandre Padilha. “O prefeito tem que liderar, ao lado do secretário da saúde, esse processo para fazer uma grande mobilização local”, convocou Domingos Filho. “Assim, haverá menos custos econômicos e sociais para o município”.
Na mesma linha, o secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos, disse que a dengue só será resolvida no município. “Nossa trincheira é o município”, afirmou o secretário, apontando como tarefas a melhoria da limpeza pública e do abastecimento d’água e o compromisso de levar os agentes de endemias a cada casa do município para o combate aos focos do Aedes aegypti, transmissor da dengue. Arruda Bastos elencou as três ações fundamentais para evitar a epidemia – a mobilização da comunidade, a vigilância epidemiológica para orientar as ações e a organização da rede de assistência, com capacitação dos profissionais de saúde.
Desde o final do ano passado, a Secretaria da Saúde do Estado intensificou as ações de mobilização e de controle da dengue. A primeira grande mobilização foi a “Caravana da dengue”, tendo à frente o secretário Arruda Bastos. Em dezembro, ele e uma equipe de técnicos da Sesa realizaram em Juazeiro do Norte e em Sobral encontros com os gestores municipais das duas macrorregiões para fazer um alerta sobre os riscos de epidemia e chamar a atenção para a necessidade imediata de promover a limpeza das cidades e de regularidade dos trabalhos dos agentes de endemias nas visitas domiciliares. Tudo para reduzir a infestação do mosquito e, consequentemente, a quantidade de casos da doença.
Ainda como ação de mobilização, a Sesa vem realizando reuniões periódicas com os integrantes do Comitê Estadual de Mobilização contra a Dengue. O número de instituições participantes foi ampliado de 20 para 22, com a participação da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e da Defensoria Pública do Estado. A FIEC até já organizou para o período de 28 deste mês a 4 de março a campanha Indústria sem dengue, que vai mobilizar 150 mil trabalhadores das indústrias cearenses. Ainda nas ações de mobilização, a Sesa utilizou a força do esporte. Foi ao estádio Castelão durante dois jogos com a distribuição de folderes informativos, faixas nas arquibancadas e no placar dicas de como prevenir a dengue.
Com a finalidade de alertar os profissionais para o diagnóstico mais rápido da dengue, principalmente em crianças, a Sesa lançou no dia 18 de fevereiro e enviou para os profissionais de saúde de todo o Estado uma nota técnica. Na nota, são destacados os sintomas da doença e a importância da hidratação. Na assistência aos pacientes, a quantidade de leitos foi ampliada. O Hospital Infantil Albert Sabin, da rede estadual, 23 leitos foram disponibilizados. O Hospital São José, também da rede Sesa, reforça a estrutura de atendimento com mais 18 leitos. O Hospital da Polícia Militar, que deve ser integrado à rede Sesa, disponibiliza 45 leitos.
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