A principal causa da doença de Chagas no Brasil é a transmissão
vetorial. Para reforçar as ações de combate ao Triatoma brasiliensis,
conhecido como barbeiro, inseto transmissor da doença de Chagas, a
Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, por meio do Núcleo de Controle
de Vetores (Nuvet), da Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde,
realiza nesta segunda-feira, 15, das 8h30 às 15h30, a Oficina de
Implantação da Rede de Monitoramento da Suscetibilidade das Populações
Triatomínicas Brasileiras aos Inseticidas, no Auditório Waldir Arcoverde
da Sesa, na Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema. Participarão
da oficina coordenadores de endemias e supervisores de campo dos 25
municípios selecionados para início das ações. “A expectativa é de
trabalharmos inicialmente com 100 localidades que têm o índice de
prevalência”, diz a assessora técnica responsável pelo Programa de
Controle da Doença de Chagas, a bióloga Cláudia Mendonça.
De acordo com a assessora técnica, a classificação dos municípios foi
feita segundo os critérios de vulnerabilidade social e ecológica, onde
há alto risco para transmissão vetorial. Além do Nuvet no Ceará, outros
dois laboratórios brasileiros foram selecionados para o monitoramento, o
laboratório da Universidade de Brasília e também o da Superintendência
de Controle de Endemias de Mogi Guaçu, São Paulo. “Para a implantação da
rede de monitoramento, a oficina é a primeira etapa desse processo, com
a capacitação dos coordenadores de endemias e supervisores de campo. Em
seguida, serão realizadas as visitas domiciliares, a coleta dos insetos
e os testes em laboratório para avaliar se há resistência ao
inseticida”, explica Cláudia Mendonça.
A oficina de implantação da rede de monitoramento terá a participação
da bióloga Grasielle Caldas D'ávila Pessoa, do Centro de Pesquisas Rene
Rachou da Fiocruz de Minas Gerais. Na programação, rodas de conversa
sobre a resistência dos triatomíneos aos inseticidas; a coepidemiologia
das espécies de triatomíneos cuja suscetibilidade será monitorada, com
ênfase no Triatoma brasiliensis; orientações para coleta,
acondicionamento e transporte de triatomíneos; estabelecimento do
cronograma e fluxo de encaminhamento das amostras ao Nuvet; avaliação e
outros encaminhamentos para planificação da Rede de Monitoramento da
Suscetibilidade das Populações Triatomínicas Brasileiras aos Inseticidas
no Ceará.
Doença de Chagas
Ainda não há vacina contra a doença de Chagas e sua incidência está
diretamente relacionada às condições habitacionais. Manter a casa limpa,
organizada e bem arejada, porque o inseto gosta de lugares escuros,
sujos e com frestas para se esconder; aplicação de inseticidas e
utilização de telas em portas e janelas são algumas das medidas
preventivas que devem ser adotadas, principalmente em ambientes rurais. A
melhor forma de prevenção é o combate ao inseto transmissor.
A transmissão ocorre a partir do contato das fezes contaminadas do
barbeiro pelo Trypanosoma cruzi, quando este tenta se alimentar de
sangue das pessoas ou animais, como: porcos, cães, galinhas. Pode
ocorrer também na transfusão de sangue, transplante de pessoas com a
doença, ingestão de alimentos contaminados e recém-nascidos de mulheres
portadoras da doença de Chagas.
Febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado,
alterações elétricas do coração e/ ou inflamação das meninges são os
sintomas nos casos graves. Na fase aguda, os sintomas duram de três a
oito semanas. Na crônica, os sintomas estão relacionados a distúrbios no
coração e/ ou no esôfago e no intestino. Cerca de 70% dos portadores
permanece de duas a três décadas na chamada forma assintomática ou
indeterminada da doença.
Ainda na fase aguda pode acontecer uma inflamação no coração,
provocando falta de ar intensa, tosse e acúmulo de água no coração e
pulmão. Se a pessoa for picada pelo barbeiro, pode aparecer lesão
semelhante a furúnculo no local.
Serviço:
Oficina de Implantação da Rede de Monitoramento da Suscetibilidade das Populações Triatomínicas Brasileiras aos Inseticidas
Data: 15 de fevereiro (segunda-feira)
Horário: 8h30 às 15h30
Local: Auditório Waldir Arcoverde da Sesa, na Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema
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