Indicadores mostram que 27 municípios cearenses estão vivendo uma epidemia de dengue. Com base na Nota Técnica da Situação Epidemiológica da Dengue no Ceará, divulgada nesta segunda-feira, 4, pela Secretaria da Saúde do Estado o quadro de epidemia se concentra nos municípios que ultrapassaram o limite de incidência de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes e em municípios que estão com 1 ou mais óbitos confirmados (leia aqui a nota técnica na íntegra). Em cinco dos 27 municípios a preocupação é maior: Acarape, Chorozinho, Icó, Itapipoca e Tejuçuoca. Estão com alta incidência da doença e ainda com óbitos confirmados. Fortaleza está com 56 bairros com incidência acima do limite e quatro óbitos.
A Secretaria da Saúde confirma, também, a transmissão de dengue em 152 municípios do Ceará, o que caracteriza, segundo a Nota Técnica, alta dispersão e alta transmissão. A reintrodução do vírus do tipo 1 da dengue no Estado vem ocasionando surtos epidêmicos em vários municípios, mesmo antes do período de maiores chuvas, diz a Nota. O número elevado de casos graves – na proporção de um caso grave para 72 não graves – caracteriza-se como a maior proporção de toda a história das epidemias no Ceará, nos anos de 1987, 1994, 2001 e 2008. Para confirmar o quadro de epidemia em 27 municípios, a Secretaria da Saúde também levou em conta o número elevado de óbitos e a constatação preliminar, pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), de dois casos de dengue do tipo 4, em Fortaleza e Morada Nova, que nunca circulou no Ceará.
Capacitações
Desde a última segunda-feira, 28, a Secretaria da Saúde do Estado, em apoio aos municípios, encaminhou 15 técnicos para uma força tarefa focada na assistência aos pacientes. Os técnicos capacitam e atualizam médicos e enfermeiros das unidades de saúde no diagnóstico precoce,a partir do aparecimento de febre aguda, chamando a atenção para os sinais de alarme na fase do terceiro ao quinto dia da doença. Ainda na área capacitação de profissionais, no início de março, a Sesa trouxe ao Ceará um dos maiores especialistas em dengue, o médico Eric Martinez, que capacitou médicos e enfermeiros de sete hospitais. No ano passado foram realizadas sete treinamentos com médicos pediatras para tratamento às crianças com suspeita de dengue e para evitar óbitos infantis.
Nos últimos seis meses, com objetivo de mobilizar gestores e alertar profissionais sobre situação de epidemia foram elaboradas e lançadas três notas técnicas.
Mobilização social
As ações de mobilização e de conscientização da população sobre os cuidados com a proliferação do mosquito, desde outubro do ano passado, foram intensificadas. O Comitê Estadual de Mobilização contra a Dengue foi ampliado de 18 para 26 instituições, incluindo a Federação das Indústrias do Estado do Ceará. A FIEC lançou a campanha “Indústria sem dengue”, mobilizando 11 mil trabalhadores. Outra ação da Sesa foi a “Caravana da Dengue”, que duas vezes percorreu às três macrorregiões do Estado (Juazeiro do Norte, Sobral, Fortaleza). Em todas, a Secretaria da Saúde do Estado alertava sobre os riscos de epidemia e que os municípios precisavam acelerar e qualificar o trabalho focal no controle do mosquito Aedes aegypti durante a visita casa a casa dos agentes sanitaristas dos municípios. Nos últimos 15 dias de março, 10 municípios, com óbitos confirmados, foram visitados pelo secretário Arruda Bastos e um grupo de técnicos da Sesa.
Mais fumacê
A partir desta quarta-feira,6, o fumacê vai circular nas áreas das seis Secretarias Regionais da capital.
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