É estimado o funcionamento de 65 mil postos de vacinação em todo o país, com o envolvimento de 240 mil pessoas e a utilização de 27 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais. No Ceará, a Secretaria da Saúde do Estado está acertando com os municípios o plano operacional da campanha de vacinação contra a gripe. Na campanha do ano passado, no Dia D, foram mobilizados em todo o Ceará 27.080 pessoas e 2.002 veículos. Funcionaram 1.693 postos fixos de vacinação, que incluíram unidades de saúde com sala de vacina, instituições de idosos e hospitais, e, ainda, 7.320 postos volantes. O Ministério da Saúde destinará ao Estado 1.716.940 doses da vacina.
A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de elevada transmissibilidade e distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais. A transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada ao falar, tossir, espirrar ou pelas mãos, que após contato com superfícies recém contaminadas por secreções respiratórias podem levar o agente infeccioso direto à boca, aos olhos e ao nariz.
Os sintomas, muitas vezes, são semelhantes aos do resfriado, que se caracterizam pelo comprometimento das vias aéreas superiores, com congestão nasal, tosse, rouquidão, febre variável, mal-estar, mialgia e cefaléia. A maioria das pessoas infectadas se recupera dentro de uma a duas semanas sem a necessidade de tratamento médico. No entanto, nas crianças muito pequenas, idosos e portadores de quadros clínicos especiais, a infecção pode levar à formas clinicamente graves, pneumonia e morte.
Os casos graves da doença evoluem para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) levando até mesmo ao óbito. Essas complicações são bem mais comuns entre menores de 2 anos, idosos, gestantes e pessoas com história de patologias crônicas, podendo elevar as taxas de morbimortalidade nestes grupos específicos.
O Comitê Consultivo em Práticas de Imunizações (ACIP), do Centro de Controle de Doenças (CDC), assim como o Comitê Técnico Assessor em Imunizações (CTAI), do Ministério da Saúde, e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a vacinação de rotina contra a influenza para todas as mulheres gestantes durante o inverno. Durante a epidemia da influenza sazonal, pandemias anteriores e a pandemia pela influenza A (H1N1) 2009, a gravidez colocou as mulheres saudáveis em risco aumentado, sendo as gestantes consideradas de alto risco para a morbidade e a mortalidade, reforçando a necessidade da vacinação.
Estudos têm demonstrado que as puérperas apresentam risco semelhante ou maior que as gestantes de ter complicações em decorrência da influenza durante a gestação ou no período do puerpério. Neste sentido, puérperas, no período até 45 dias após o parto, serão incluídas no grupo alvo de vacinação.
GRUPOS PRIORITÁRIOS
- Crianças de seis meses a menores de dois anos: deverão receber a vacina contra influenza. Todas as crianças que receberam uma ou duas doses da vacina da influenza sazonal, devem receber apenas 1 dose em 2013. Também deve ser considerado o esquema de duas doses para as crianças menores de 9 anos que serão vacinadas pela primeira vez, devendo-se agendar a segunda dose para 30 dias após a 1ª dose. Todas as crianças de 6 meses a menor de 9 anos que receberam uma ou duas doses da vacina contra a influenza sazonal em 2012, devem receber apenas 1 dose em 2013.
- Gestantes: deverão receber a vacina influenza todas as gestantes em qualquer idade gestacional. Para o planejamento da ação, torna-se oportuno a identificação, localização e o encaminhamento dessas, para a vacinação nas áreas adstritas sob responsabilidade de cada serviço de saúde dos municípios. Para este grupo não haverá exigência quanto à comprovação da situação gestacional, sendo suficiente para a vacinação que a própria mulher afirme o seu estado de gravidez. A vacinação de gestantes contra a influenza é segura em qualquer idade gestacional. A experiência pós-comercialização com a vacina influenza sazonal inativada e com a vacina influenza pandêmica (H1N1) 2009 inativada, no Brasil e em outros países, não identificou qualquer risco associado ao uso da vacina em gestantes.
- Puérperas: mulheres no período até 45 dias após o parto, serão incluídas no grupo alvo de vacinação. Para isso, deverão apresentar qualquer documento, durante o período de vacinação (certidão de nascimento, cartão da gestante, documento do hospital onde ocorreu o parto, entre outros).
- Trabalhador de Saúde: eleito para vacinação é aquele que exerce atividades de promoção e assistência à saúde, atuando na recepção, no atendimento, na investigação de casos de infecções respiratórias, nos serviços públicos e privados, nos diferentes níveis de complexidade, cuja ausência compromete o funcionamento desses. Como exemplo: o trabalhador que atua na atenção básica /estratégia saúde da família e os agentes de endemias, pronto atendimento, ambulatórios e leitos em clínica médica, pediatria, obstetrícia, pneumologia de hospitais de emergência e de referência para a influenza e unidades de terapia intensiva. Assim, trabalhadores de saúde que exercem suas atividades em unidades que fazem atendimento para a influenza, bem como recepcionistas, pessoal de limpeza, seguranças, motoristas de ambulâncias, dessas unidades equipes de laboratório responsáveis pelos diagnósticos, profissionais que atuam na vigilância epidemiológica, e os que atuam no controle sanitário de viajantes nos postos de entrada dos portos, aeroportos e fronteiras deverão ser vacinados.
- Povos indígenas: a vacinação será indiscriminada para a toda população indígena, a partir dos seis meses de idade. A programação de rotina é articulada entre o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a Secretaria de Atenção a Saúde Indígena (SESAI).
- Indivíduos com 60 anos ou mais de idade deverão receber a vacina Influenza.
População privada de liberdade: o planejamento e operacionalização da vacinação nos estabelecimentos penais deverão ser articulados com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e Secretarias Estaduais de Justiça.
- Pessoas portadoras de doenças crônicas: a vacinação contra influenza tem contribuído na redução das complicações e da mortalidade em indivíduos portadores de doenças crônicas e outras condições especiais deverão ser incluídas na campanha de vacinação de 2013 (veja quadro). A vacinação deste grupo passa a ser realizada em todos os postos de vacinação e não apenas nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). No entanto, mantém-se a necessidade de prescrição médica, que deverá ser apresentada no ato da vacinação.
Pacientes já cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS), devem se dirigir aos postos que estão cadastrados para receberem a vacina. Caso no local de atendimento onde são atendidos regularmente não tenha um posto de vacinação, devem buscar a prescrição médica na próxima consulta que estiver agendada, visando garantir esse documento com antecedência, para evitar filas no período da vacinação.
Pacientes que são atendidos na rede privada ou conveniada, também devem buscar a prescrição médica com antecedência, junto ao seu médico assistente, devendo apresentá-la nos postos de vacinação durante a realização da campanha de 2013.
Categorias de risco clínico com indicação da vacina influenza sazonal
Categoria de risco clínico | Indicações |
Doença respiratória crônica | - Asma em uso de corticóides inalatório ou sistêmico (moderada ou grave); |
- DPOC | |
- Bronquioectasia | |
- Fibrose cística | |
- Doenças intersticiais do pulmão | |
- Displasia broncopulmonar | |
- Hipertensão arterial pulmonar | |
- Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade | |
Doença cardíaca crônica | - Doença cardíaca congênita |
- Hipertensão arterial sistêmica com comorbidade | |
- Doença cardíaca isquêmica | |
- Insuficiência cardíaca | |
Doença renal crônica | - Doença renal nos estágios 3,4 e 5 |
- Síndrome nefrótica | |
- Paciente em diálise | |
Doença hepática crônica | - Atresia biliar |
- Hepatites crônicas | |
- Cirrose | |
Doença neurológica crônica | - Condições em que a função respiratória pode estar comprometida pela doença neurológica |
- Considerar as necessidades clínicas individuais dos pacientes incluindo: AVC, Indivíduos com paralisia cerebral, esclerose múltipla, e condições similares | |
- Doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular | |
- Deficiência neurológica grave | |
Diabetes | - Diabetes Mellitus tipo I e tipo II em uso de medicamentos |
Imunossupressão | - Imunodeficiência congênita ou adquirida |
- Imunossupressão por doenças ou medicamentos | |
Obesos | Obesidade grau III |
Transplantados | - Órgãos sólidos |
- Medula óssea |
Assessoria de Comunicação da Sesa
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