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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ceará comemora 40 anos do Programa Nacional de Imunizações


O controle e a erradicação de doenças imunopreveníveis são conquistas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) que têm reflexos nos indicadores de saúde da população nos mais diferentes Estados. Criado em 1973 com a missão de controlar doenças preveníveis por vacinas, o PNI completa 40 anos. E para integrar o Ceará às comemorações, a Secretaria da Saúde do Estado realiza solenidade nesta segunda-feira, 30 de setembro, das 8 às 13 horas, no hotel Mareiro, Avenida Beira Mar, 2380, Meireles, reunindo secretários de saúde, coordenadores de imunizações dos municípios e regiões de saúde, vacinadores e ex-coordenadores de imunizações do Estado.

A organização das ações da vacinação no Brasil assegura a uniformidade do calendário vacinal, a introdução de novas vacinas e adoção de estratégias inovadoras e sustentáveis nas campanhas de vacinação. Novas estratégias, como a combinação de vacinação de rotina com campanhas de vacinação tiveram papéis essenciais na erradicação da poliomielite e do sarampo, que ocorreu no período de existência do PNI. O Programa se tornou mais relevante a partir da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), no final dos anos 80, quando foi iniciado o trabalho de descentralização que colocou o município como o executor primário e direto das ações de saúde, entre elas as de vacinação.

Nos últimos anos, o PNI garantiu a oferta de vacinas eficazes e seguras para diversos grupos populacionais que são focos de ações de imunização, como recém-nascidos, crianças, população indígena, adultos e idosos. Atualmente são disponibilizados 43 produtos no PNI, que são divididos entre vacinas, soros e imunoglobulinas. Para este ano, o PNI prevê introdução de três novas vacinas: Hepatite A, Varicela e Tríplice Acelular para gestantes.


Eliminação do sarampo

O calendário vacinal infantil brasileiro é complexo e dispõe de 12 vacinas, cada uma com duas ou três doses de reforço. O Brasil é um dos países que mais consegue vacinar e já eliminou doenças graves de circulação – poliomielite, erradicada no Ceará em 1988 e, no Brasil, em 1989; sarampo, eliminado em 1999 no Ceará e com último caso autóctone no Brasil no ano 2000. Também em 2000 o Ceará registrou o último caso de difteria, assim como de Síndrome de Rubéola Congênita em 2004 e rubéola em 2008.

O impacto das vacinas no controle das doenças imunopreveníveis também se manifesta na redução do número de casos de meningite por Haemophilus influenzae b, redução das internações, complicações e óbitos nos grupos prioritários para a gripe (influenza A H1N1, A H3N2 e B sazonal) e do número de mortes e internações de crianças por diarreia causadas por rotavírus, redução do número de casos, internações, complicações e óbitos em menores de 5 anos de idade por pneumonias e meningites do tipo C e das formas graves de tuberculose em menores de 5 anos de idade.

A expansão da imunização foi fator determinante para a redução da mortalidade dos menores de cinco anos no país. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que utiliza uma metodologia de comparação internacional, a mortalidade na infância no Brasil caiu 77% entre 1990 e 2012. Segundo o estudo, em 1990, a taxa de mortalidade no Brasil era 62 para cada mil nascidos vivos. Em 2012, o número caiu para 14. O Nordeste foi a região com o maior percentual de queda: 77,5%, passando de 87,3 para 19,6 por mil nascidos vivos. Os estados que se destacam são Alagoas (-83,9%), Ceará (-82,3), Paraíba (-81), Pernambuco (-80,9) e Rio Grande do Norte (-79,3).


Conquistas do Programa Nacional de Imunizações

- Cobertura vacinal média de 95% nos últimos 10 anos.
- 12 vacinas no calendário básico infantil contra mais de 20 doenças.
- Introdução de novas vacinas em 2010 e 2011 reduziram em 40% as meningites e pneumonias em menores de 2 anos.
- Redução de 22% de mortes em crianças menores de 5 anos por diarreia com incorporação da vacina Rotavírus (2010).
- Suplementação de Vitamina A para crianças de 6 meses a menores de 5 anos a partir de 2012.



Assessoria de Comunicação da Sesa

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Dia do Coração incentiva prevenção de doenças desde a infância

Com uma mensagem de estímulo à prevenção de doenças a partir da infância e à adoção de hábitos saudáveis, o Dia Mundial do Coração, 29 de setembro, será marcado no Ceará com uma tarde de serviços oferecidos pela Secretaria da Saúde do Estado e a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza nesta quarta-feira (25), das 14 horas às 17 horas, no Shopping Benfica.  Profissionais de saúde prestarão orientações sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, farão a verificação da pressão arterial, medição de circunferência abdominal, distribuição de material educativo e realizarão jogos educativos com as crianças.

No Brasil, as doenças cardiovasculares causam 31,3% das mortes entre as doenças não transmissíveis. As doenças cardiovasculares afetam indivíduos de todos os níveis socioeconômicos e, mais especificamente, aqueles que pertencem a grupos vulneráveis, como os idosos e as pessoas com baixo nível educacional e econômico. Cerca de 300 mil pessoas morrem anualmente devido a doenças cardiovasculares, como infarto, acidente vascular encefálico, insuficiências cardíaca e renal ou morte súbita.

O Brasil foi um dos 194 países que fizeram um compromisso para reduzir as mortes prematuras por DCV em 25% até 2025. Muitas dessas doenças têm início do desenvolvimento na infância e adolescência, levando ao estágio avançado da doença ou à morte prematura na vida adulta. Crianças, em grande parte, dependem dos adultos para orientação sobre comportamentos saudáveis. Por isso, é preciso garantir que elas adotem bons hábitos de vida, como propõe o tema da campanha do Dia Mundial do Coração: Ajude as crianças a seguir o caminho para um coração saudável.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as crianças de 5 a 17 anos idade devem fazer pelo menos 60 minutos de atividade física moderada (por exemplo, dança, caminhada, passear com o cachorro, ajudar os pais a lavarem o carro...) a vigorosa (como correr, pedalar, nadar, brincar, praticar esportes competitivos) todos os dias. Se a prática de atividades ultrapassa 1 hora, os exercícios proporcionam ainda mais benefícios à saúde da criança. Outras dicas são limitar o tempo das crianças na frente da televisão ou jogando videogame para não mais de duas horas por dia e incentivar uma dieta saudável para o coração.

24.09.2013

Assessoria de Comunicação da Sesa

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ministério da Saúde amplia faixa etária da vacina contra HPV

O Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária para a vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV), usada na prevenção de câncer de colo do útero. Já em 2014, meninas dos 11 aos 13 anos receberão as duas primeiras doses necessárias à imunização, a dose inicial e a segunda seis meses depois. A terceira dose deverá ser aplicada cinco anos após a primeira.
 
Com a adoção do esquema estendido, como é chamado, será possível ampliar a oferta da vacina, a partir de 2015, para as pré-adolescentes entre 9 e 11 anos de idade, sem custo adicional. Assim, quatro faixas etárias serão beneficiadas, possibilitando imunizar a população-alvo (9 a 13 anos). A modificação no esquema vacinal foi anunciada nesta quarta-feira (18) pelo secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, durante cerimônia de 40 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em Brasília.
 
A inclusão do imunobiológico ao calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) foi anunciada em julho deste ano. Na época, a previsão era de administrar a vacina em pré-adolescentes de 10 e 11 anos, com dose inicial, a segunda um mês depois e terceira seis meses após a inicial. Entretanto, o Ministério da Saúde decidiu adotar o esquema estendido baseado em estudos recentes que comprovam a eficácia desta medida. Além disso, a estratégia segue recomendação da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e foi discutida com especialistas brasileiros que integram o Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Vale ressaltar que o esquema já é utilizado por países como Canadá, México, Colômbia, Chile e Suíça.
 
É a primeira vez que a população terá acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer. A meta é vacinar 80% do público-alvo, que atualmente soma 5,2 milhões de pessoas. O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, que apresenta a segunda maior taxa de mortalidade entre os cânceres que atingem as mulheres, atrás apenas do de mama.
 
A vacina, que estará disponível a partir de março de 2014 (1ª dose), é a quadrivalente, usada na prevenção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer. O imunobiológico para prevenção da doença é seguro e tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.
 
As três doses serão aplicadas nas pré-adolescentes com autorização dos pais ou responsáveis. A estratégia de imunização será mista, ocorrendo tanto nas unidades de saúde quanto nas escolas públicas e privadas. A incorporação da vacina complementa as demais ações preventivas do câncer de colo do útero, como a realização rotineira do exame preventivo (Papanicolau) e o uso de camisinha em todas as relações sexuais.


Fonte: Portal Saúde

terça-feira, 17 de setembro de 2013

III Reunião do Fórum Regional de Conselheiros de Saúde de Sobral/2013

A III Reunião do Fórum Regional de Conselheiros de Saúde foi realizada no dia 12 de setembro de 2013, no auditório da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia em Sobral, com a participação dos conselheiros dos municípios de Cariré, Catunda, Coreaú, Ipu, Irauçuba, Reriutaba, Santa Quitéria e Sobral. A abertura da reunião foi feita pelo coordenador do Fórum Sr. Francisco Anastácio Dourado Félix. A mesa foi formada com Maria José de Sousa Bezerra - representante da 11ª CRES, Francisca das Chagas da Silva Mesquita – Vice presidente o CMS de Sobral, Sr. Anastácio Dourado Félix - Coordenador do Fórum, Dr. Rogério Silva Gomes – Chefe substituto do SEAUD - Ce, e Raimundo Rosa Julião – Conselheiro do CMS de Irauçuba. O coordenador do Fórum Sr. Francisco Anastácio leu a Ata da II Reunião do Fórum Regional/2013 e em seguida foi aprovada pela planária.
Os palestrantes foram: Dr. Rogério e Dra. Neura, que falou sobre o papel da auditoria no Estado do Ceará, destacando o controle das políticas públicas, rede de controle das políticas públicas, controle interno do SUS, auditoria no SUS sua Lei de criação e regulamentação. O Tema foi bem debatida com a participação efetiva dos conselheiros de saúde presentes no Fórum. Tivemos o apoio técnico de José Airton Franca Vieira - fotografia e documentação. No final do evento os conselheiros em sua maioria decidiram que o terceiro Seminário do Controle Social será na cidade de Catunda ou Santa Quitéria no dia 11 de outubro de 2013. Ficou decidido que o IV Fórum de 2013 terá como tema a Atualização do COAP no Estado do Ceará e será no dia 14 de novembro da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia em Sobral no horário de 8h as 13hs.

Nova mesa diretora do Fórum Raimundo Acácio de Araújo, Bruna
Dayane Rocha Maranhão e Francisco Anastácio Dourado Félix




sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ciro diz que população terá os resultados esperados da saúde


Com mensagens atenciosas aos ex-gestores e aos servidores,  Ciro Gomes assumiu no final da manhã desta quinta-feira, 12 de setembro, a Secretaria da Saúde do Estado. “Vocês não têm ideia de como vou precisar e o quanto vou exigir de vocês para enfrentar esse desafio, afirmou se dirigindo aos funcionários", destacando  que "esse talvez seja o maior desafio da minha vida. Vamos trabalhar muito, com metas e objetivos para trazer os resultados que a população espera e precisa".  Ele já se reuniu, logo após a transmissão de cargo, com um grupo de representantes do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Ceará (Sindsaúde).

Ao demonstrar confiança e transmitir segurança no trabalho que é realizado, Ciro Gomes ressaltou: “não temos que ter sustos com a percepção que a população tem da saúde”, especialmente no Ceará, onde quase 90% da população depende do sistema público de atenção. “Nosso foco é o cearense doente ou com medo de ficar doente e nosso meio são os profissionais de saúde”, afirmou. Como primeira grande tarefa à frente da Secretaria da Saúde, Ciro apontou a remoção dos entraves à gestão. “Vamos tentar correr contra todos os passivos, limpar ou encerrar esses assuntos”, disse.

“Não há precedentes de volume de investimentos na Saúde nas gestões de João Ananias e Arruda Bastos, sob a liderança do governador Cid Gomes”, observou Ciro Gomes para depois acrescentar que “estamos avançando como nenhum outro Estado tem conseguido”. Para ele, o Governo Cid Gomes está fazendo o que já deveria ter sido feito há tempos – desconcentrar a oferta de serviços de saúde, com a interiorização da assistência através de policlínicas, Centros de Especialidades Odontológicas, hospitais regionais e Unidades de Pronto Atendimento. Essa interiorização, com a construção da nova rede de assistência, foi destacada por Arruda Bastos, que antes da fala de Ciro Gomes, fez um balanço dos resultados e desafios na gestão da saúde nos últimos sete anos. O ex-secretário afirmou que "o substrato para a consolidação e funcionamento da nova rede são os consórcios públicos de saúde, criados e implantados pela inteligência da Sesa na nossa gestão. Com isso, promovemos a solidariedade regional e o protagonismo republicano".  
Ciro Gomes falou sobre a necessidade do fortalecimento da atenção básica, papel das prefeituras municipais, ao afirmar que os postos de saúde funcionando, abertos em três turnos, resolverão de 80% a 85% dos problemas das pessoas com o cuidado ambulatorial. Disse, também, que vai enfrentar o problema da lotação das emergências hospitalares e das filas para cirurgias eletivas e reafirmou que em 90 dias “não haverá mais o chamado piscinão no HGF, a ala de recepção do hospital utilizada  para atendimento devido o grande número de pacientes.

A solenidade de transmissão de cargos teve a participação de autoridades e servidores, entre eles o  vice-governador Domingos Filho, que representava o governador Cid Gomes, o senador Inácio Arruda, o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, representando o ministro Alexandre Padilha, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, os deputados federal João Ananias e Arnon Bezerra, o presidente da Câmara de Vereadores de Fortaleza, Wálter Cavalcante.

Após a posse, a primeira reunião de Ciro Gomes na Sesa foi com representantes do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Ceará (Sindsaúde).

Assessoria de Comunicação da Sesa

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

III Reunião do Fórum Regional de Conselheiros de Saúde/2013

Será realizada no dia 12 de setembro de 2013 de 8 as 12 horas no auditório da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia em Sobral a III Reunião do Fórum Regional de Conselheiros de Saúde. O tema do Fórum será sobre: O papel da Auditoria no Estado do Ceará. Está previsto a participação de 80 (oitenta) conselheiros de saúde representando os municípios da 11ª CRES/Sobral. Sabemos que para o total sucesso da III Reunião do Fórum de 2013, se faz necessário a presença e a efetiva participação de todos para o fortalecimento do controle social no SUS.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Um vírus 'do bem' no caminho da leishmaniose tegumentar

É, como no ditado popular, um ladrão que rouba outro: um vírus que não tem como alvo o homem, mas o parasito causador de uma doença humana. Este é o caso curioso da leishmaniose – que afeta 1,5 milhão de pessoas, todos os anos, em 88 países – e do vírus conhecido como LRV (vírus de RNA de Leishmania). A ciência vem acumulando descobertas sobre este fenômeno e um pedaço controverso deste quebra-cabeças acaba de surgir, em estudo publicado na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.
Foram analisadas 48 amostras extraídas de lesões de pacientes que apresentavam diferentes formas clínicas da doença (Foto: Gutemberg Brito)
Fatores numerosos
Cerca de 10 espécies de Leishmania que podem causar a leishmaniose tegumentar circulam no Brasil. Estas podem ser transmitidas por diversas espécies de insetos flebotomíneos num ciclo que também envolve reservatórios silvestres e animais domésticos, como hospedeiros. Soma-se a este circuito complexo o vírus de RNA de Leishmania (LRV, na sigla em inglês), que pode infectar algumas espécies destes protozoários. Dois subtipos deste vírus já foram identificados, LRV1 (em espécies circulantes no novo mundo, ou seja, nas Américas) e LRV2 (em Leishmania (L.) major, uma espécie da Europa, também chamada de Velho mundo).
Embora tenha sido identificado pela primeira vez na década de 1990, pouco se sabia sobre o LRV até 2011, quando pesquisadores da Universidade de Lausanne, na Suíça, publicaram um estudo na revista Science. A descoberta associava a infecção do parasita pelo vírus LRV1 ao agravamento da doença humana: segundo os pesquisadores, haveria impacto sobre as metástases e as
manifestações da forma mucocutânea da doença (considerada a mais severa devido às lesões crônicas que provoca na pele e nas mucosas do nariz e da faringe). A presença do vírus ativaria uma resposta imunológica hiperinflamatória do paciente e, consequentemente, desfavorável ao controle do agravo. Após recente investigação, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) lançam nova luz sobre o assunto.

Novos dados
De acordo com a principal autora do artigo, a pesquisadora Luiza Pereira, e com a chefe do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do IOC, Márcia Pereira de Oliveira, o objetivo da equipe brasileira era conduzir experimentos para identificar a presença do vírus LRV1 em casos graves vindos do estado do Rio de Janeiro. "Como o trabalho da Science havia utilizado apenas modelos experimentais de camundongos infectados com a espécie Leishmania (V.) guyanensis, identificamos a necessidade de incluir a principal espécie causadora de leishmaniose tegumentar no Brasil, que está associada ao maior número de casos de metástase: a Leishmania (V.) braziliensis", explicam. O estudo teve ainda a participação de pesquisadores do Laboratório de Pesquisas em Leishmaniose do IOC, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos.
Foram analisadas 48 amostras extraídas de lesões de pacientes que apresentavam diferentes formas clínicas da doença. Destes, nove eram portadores da forma mucosa (usualmente associada metástases após a cura clínica ou espontânea); dois possuíam a forma mucocutânea (que provoca lesões simultâneas na pele e na mucosa); 27 apresentavam quadro clássico; cinco tinham lesões recidivas; e cinco amostras eram oriundas de cicatrizes. Os pacientes estudados haviam contraído a doença nas regiões Nordeste; Sudeste, onde circula apenas a espécie Leishmania (V.) braziliensis; e Norte, território com maior diversidade genética de espécies, incluindo a circulação simultânea da Leishmania (V.) guyanensis e da Leishmania (V.) braziliensis.
A equipe do IOC encontrou o vírus LRV1 em apenas duas das amostras estudadas. Ambas eram oriundas de pacientes da região amazônica, infectados pela Leishmania (V.) guyanensis e com histórico de reincidência da doença após uma situação de cura clínica. Este achado corroborou a teoria de que a infecção de protozoários da espécie Leishmania (V.) guyanensis pelo vírus LRV1 pode estar associada a uma maior severidade da doença.
Gravidade multifatorial
Por outro lado, o vírus não foi identificado em nenhuma das dezenas de amostras coletadas nas áreas endêmicas para a doença no Sudeste e Nordeste – nem mesmo em pacientes graves que estavam infectados por Leishmania (V.) braziliensis. A partir dos dados, a conclusão sugerida é de que o vírus LRV1 não poderia ser o único fator associado ao agravamento do quadro clínico da
leishmaniose.

"Dada a complexidade natural da doença, em que são diversas as manifestações clínicas e os agentes que as influenciam, é provável que mais de um fator contribua para gerar formas clínicas tão diversas” afirmam. Um dos indícios desta multifatorialidade pode ser observada na forma mucosa da leishmaniose cutânea, que acomete entre 5% e 10% dos pacientes mesmo anos após a cura: nesta situação, os mais atingidos são os mais velhos.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), são registrados 58 mil casos anuais no continente americano e o Brasil responde por 22 mil, perfazendo quase 40% do total. O país integra o rol das seis nações que concentram 90% dos casos no mundo, juntamente com o Afeganistão, Irã, Peru, Arábia Saudita e Síria.
Soma de esforços
De acordo com a pesquisadora Márcia Pereira de Oliveira, entender as implicações de um vírus alojado em um protozoário para a evolução da doença no paciente é tarefa para muitos pesquisadores. "É preciso olhar para os aspectos do hospedeiro, do vetor e do parasita de forma integrada, porque todos contribuem para o conjunto de manifestações clínicas. Para entender a leishmaniose, é preciso olhá-la com a multiplicidade que ela exige", ressaltou.
Luiza Pereira reforça a perspectiva de colaboração e indica que os próximos passos no conhecimento dos impactos do vírus LRV1 na leishmaniose tegumentar dependem da integração de esforços de pesquisadores em todo o Brasil. "Para entender a dinâmica deste vírus, será necessário mapear sua circulação em diferentes regiões do país, manter um banco de dados de amostras e acompanhar a evolução dos pacientes. Estamos iniciando um trabalho, em colaboração com o Laboratório de Pesquisas em Leishmaniose do IOC e outros grupos, com o objetivo de estudar a coevolução de Leishmania e LRV no Brasil.", finalizou Luiza.
Agência Fiocruz de notícias

Fóruns da Rede Cegonha serão instalados em Sobral e Tianguá


Mais dois fóruns da Rede Cegonha serão instalados pela Secretaria da Saúde do Estado, nas regiões de saúde de Sobral, nesta quinta-feira, 12 de setembro, e na Ibiapaba, na sexta-feira, 13 de setembro. Em Sobral, a instalação do Fórum acontecerá no Salão Vênus do Centro de Convenções, na Avenida Dr. Arimateia Monte e Silva, 300, Campo dos Velhos, reunindo representantes dos 24 municípios da 11ª Região de Saúde. Na Ibiapaba, a reunião acontecerá no auditório da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, na Rodovia CE 187, Km 02, Frecheiras, em Tianguá, com a participação dos representantes dos oito municípios da região de Saúde.

As reuniões de instalação dos fóruns apresentam os integrantes do Comitê Regional de Controle da Mortalidade Materna e Infantil e os indicadores de óbitos e nascimentos das regiões de Saúde que compõem a rede. A Sesa promove a instalação dos Fóruns Regionais da Rede Cegonha com a finalidade de fortalecer a Rede perinatal e ofertar assistência humanizada e qualificada às mulheres e crianças, favorecer o acesso às informações, diretrizes e aprofundamento das práticas de atenção que defendam e protejam a vida. Já foram instalados os fóruns das regiões de Saúde de Fortaleza e Cascavel, Crato, Quixadá, Canindé, Juazeiro do Norte, Itapipoca, Icó, Iguatu, Aracati, Limoeiro do Norte e Russas.

De caráter permanente, o Fórum Regional da Rede Cegonha reúne gestores municipais, profissionais e técnicos da saúde, representação de mulheres e da sociedade civil organizada, com a responsabilidade da gestão das políticas de atenção à saúde da gestante e dos recém-nascidos e da criança até dois anos. A Rede Cegonha é um programa lançado pelo Ministério da Saúde que tem o objetivo de atender todas as brasileiras pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde a confirmação da gestação até os dois primeiros anos de vida da criança.  É uma Rede de cuidados que assegura às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, parto e puerpério e, às crianças, o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis.

No Ceará, a Rede Cegonha tem os serviços integrados em 17 Redes de 23 regiões de saúde. O Plano de Ação da Rede Cegonha para as Regiões de Saúde do Ceará, aprovado em junho de 2011 pelo Ministério da Saúde, prevê 27 Centros de Parto Normal, 22 casas da gestante, bebê e puérpera, criação de 263 leitos de gestação de alto risco, 70 leitos de UTI adulto tipo II, 176 leitos de UTI neonatal tipo II, 321 leitos de UCI neonatal e 135 leitos de UCI Canguru. Também inclui a qualificação de 203 leitos de gestação de alto risco; 96 leitos de UTI adulto tipo II; 117 leitos de UTI neonatal tipo II e 156 leitos de UCI neonatal. Os serviços deverão funcionar plenamente até o fim de 2014.

Assessoria de Comunicação da Sesa

Encontro mobiliza municípios para o controle da sífilis congênita


“Nossos bebês não devem nascer com sífilis. Com esse alerta, a Secretaria da Saúde do Estado e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Ceará reunirão na sexta-feira, 13 de setembro, os gestores municipais da saúde no colóquio científico “Sífilis congênita: no Ceará não tem disso, não?”, que acontecerá das 8 às 12 horas, no Mareiro Hotel, Avenida Beira Mar, 2380, Meireles. Na abertura, será lançado o informativo para profissionais de saúde sobre o manejo de pacientes com sífilis congênita (veja o informativo, na íntegra), produzido pela Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa. O encontro vai mobilizar os secretários de saúde para melhorar a atenção pré-natal realizada pela atenção básica no diagnóstico e tratamento de gestantes com a doença.

Os casos de sífilis congênita preocupam. Em 2005 foram diagnosticados 366 casos no Ceará. Em 2012, o número de casos ficou em 936. Mais da metade de crianças com a doença, 502 no total, tiveram o diagnóstico somente no momento do parto ou pós-parto. Entre 70% e 100% das mulheres com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente transmitem a doença para os seus bebês durante a gravidez. Os problemas relacionados à sífilis podem ser evitados com medidas de proteção e prevenção realizadas em um pré-natal de qualidade pelas equipes de saúde da família em cada município.

Apoio aos municípios

Com o foco da prevenção, o Ceará foi o primeiro estado brasileiro a universalizar, em 2010, os dois testes de HIV e sífilis para gestantes no pré-natal. A universalização do exame foi possível com a aquisição de equipamentos para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen), unidades da rede estadual de saúde que realizam os testes. A Sesa realizou capacitações para a aplicação do novo teste rápido de HIV e sífilis, que diminui o risco de falso positivo. Para avançar no tratamento da doença, em 2012 a Secretaria distribuiu kits de reação anafilática por penicilina a 183 municípios para o tratamento de possíveis reação alérgica em pacientes com sífilis.

A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar de forma temporária, em três estágios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Com o desaparecimento dos sintomas, o que acontece com frequência, as pessoas se despreocupam e não buscam diagnóstico e tratamento. Sem o atendimento adequado, a doença pode comprometer a pele, os olhos, os ossos, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso. Se não tratada, pode até levar à morte.

Além da transmissão vertical (de mãe para filho), a doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado e por transfusão de sangue contaminado. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenção.

Assessoria de Comunicação da Sesa