“Nossos bebês não devem nascer com sífilis. Com esse alerta, a Secretaria da
Saúde do Estado e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Ceará
reunirão na sexta-feira, 13 de setembro, os gestores municipais da saúde no
colóquio científico “Sífilis congênita: no Ceará não tem disso, não?”, que
acontecerá das 8 às 12 horas, no Mareiro Hotel, Avenida Beira Mar, 2380,
Meireles. Na abertura, será lançado o informativo para profissionais de saúde
sobre o manejo de pacientes com sífilis congênita (veja o informativo, na íntegra), produzido pela Coordenadoria
de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa. O encontro vai mobilizar os secretários
de saúde para melhorar a atenção pré-natal realizada pela atenção básica no
diagnóstico e tratamento de gestantes com a doença.
Os casos de sífilis
congênita preocupam. Em 2005 foram diagnosticados 366 casos no Ceará. Em 2012, o
número de casos ficou em 936. Mais da metade de crianças com a doença, 502 no
total, tiveram o diagnóstico somente no momento do parto ou pós-parto. Entre 70%
e 100% das mulheres com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente
transmitem a doença para os seus bebês durante a gravidez. Os problemas
relacionados à sífilis podem ser evitados com medidas de proteção e prevenção
realizadas em um pré-natal de qualidade pelas equipes de saúde da família em
cada município.
Apoio aos municípios
Com o foco
da prevenção, o Ceará foi o primeiro estado brasileiro a universalizar, em 2010,
os dois testes de HIV e sífilis para gestantes no pré-natal. A universalização
do exame foi possível com a aquisição de equipamentos para os Laboratórios
Centrais de Saúde Pública (Lacen), unidades da rede estadual de saúde que
realizam os testes. A Sesa realizou capacitações para a aplicação do novo teste
rápido de HIV e sífilis, que diminui o risco de falso positivo. Para avançar no
tratamento da doença, em 2012 a Secretaria distribuiu kits de reação anafilática
por penicilina a 183 municípios para o tratamento de possíveis reação alérgica
em pacientes com sífilis.
A sífilis é uma doença infecciosa causada pela
bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar de forma temporária, em três
estágios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em
que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma
e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Com o desaparecimento dos
sintomas, o que acontece com frequência, as pessoas se despreocupam e não buscam
diagnóstico e tratamento. Sem o atendimento adequado, a doença pode comprometer
a pele, os olhos, os ossos, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso. Se não
tratada, pode até levar à morte.
Além da transmissão vertical (de mãe
para filho), a doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o
sexo sem camisinha com alguém infectado e por transfusão de sangue contaminado.
O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento
durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de
prevenção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário