A notificação de casos suspeitos de dengue no Ceará diminuiu 21% até a semana
epidemiológica 20 de 2014, em relação ao mesmo período de 2013. A informação
consta do Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado, que está com
nova apresentação para facilitar a leitura dos dados. Conforme o boletim
divulgado na sexta-feira, 16 de maio, 2.522 casos foram confirmados em 79
municípios, com destaque para Umari, Tauá, Pereiro, Alto Santo, Brejo Santo e
Campos Sales, que apresentam incidência acima de 300 por 100 mil habitantes.
Foram notificados 67 casos suspeitos de dengue grave, com 19 óbitos. Foram
confirmados 41 casos graves e três óbitos – redução de 50% no número de mortes
em relação ao mesmo período do ano passado.
Mesmo com a redução dos
óbitos por dengue, a Secretaria da Saúde do Estado alerta que as condições de
risco para a transmissão da doença ainda permanecem. Além disso, houve
crescimento de 47,5% dos casos graves de dengue confirmados em 2014, em relação
ao ano anterior. A razão entre a forma clássica e os casos graves, que foi de
241 em 2012 e de 92 no ano passado, chega agora a 62. O índice indica que o
número de casos graves está mais próximo do total de casos confirmados da forma
clássica da doença. Por isso, primeiros sintomas da doença (febre, dor de
cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do
Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se
automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode mascarar sintomas e, com
isso, dificultar o diagnóstico.
Para diminuir a proliferação do mosquito,
é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o
acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que
possam acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial
cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o
recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças,
cemitérios e borracharias.
O trabalho de prevenção deve ser permanente
tanto para os profissionais e gestores da saúde como para a população. Para o
controle da doença, os prefeitos e secretários municipais de saúde devem
assegurar a continuidade das ações de controle focal do mosquito, casa a casa,
pelos agentes de endemias, garantir a supervisão de campo das ações de agentes
de endemias e a disponibilidade de equipamentos de proteção individual (EPI),
realizar mutirão de limpeza urbana, convocando a população para
colaborar.
Na área de vigilância e assistência, os municípios devem
assegurar a notificação imediata de todos os casos para a vigilância
epidemiológica, alertar todos os profissionais do PSF e da rede hospitalar sobre
o diagnóstico e tratamento dos casos de dengue, garantir o estoque de
medicamentos e material de laboratório que permita o diagnóstico e tratamento
precoces e garantir o fluxo de atendimento e referência para pacientes com
dengue com sinais de alarme e dengue grave.
A Organização Mundial da
Saúde (OMS) recomendou uma mudança na classificação dos casos de dengue, adotada
pelo Brasil. O país utiliza agora somente três classificações: dengue, dengue
com sinais de alarme e dengue grave. De acordo com a nova classificação, uma
pessoa que apresente duas ou mais manifestações como dor de cabeça, febre,
náusea, vômitos, petéquias (pequenas manchas avermelhadas na pele) ou prova do
laço positivas, já pode ser considerada como caso suspeito de dengue.
Os
casos de suspeita de dengue com sinais de alarme serão identificados se o
paciente, no período de efervescência da febre, apresentar um (ou mais) dos
seguintes sintomas: dor abdominal contínua, sangramento das mucosas, acumulação
de líquidos, entre outros. Os casos suspeitos de dengue grave serão
caracterizados por choque, sangramento grave ou comprometimento grave de
órgãos.
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