Ascom Ministério da
Saúde
Chegou a vez de as
meninas de 9 a 11 anos tomarem a vacina contra o Papiloma Vírus
Humano (HPV), usada na prevenção do câncer do colo do útero. A
expectativa do Ministério da Saúde é a de vacinar 4,94 milhões de
meninas em 2015. Junto com o grupo de adolescentes de 11 a 13 anos
vacinadas no ano passado, essa pode ser a primeira geração
praticamente livre do risco de morrer do câncer do colo do útero. A
meta é vacinar, em parceria com as secretarias estaduais e
municipais da saúde, 80% do público-alvo.
A novidade para este
ano é a inclusão de 33,5 mil mulheres de 9 a 26 anos que vivem com
HIV. Mais suscetível a complicações decorrentes do HPV, esse
público tem probabilidade cinco vezes maior de desenvolver câncer
no colo do útero do que a população em geral. A inclusão do grupo
como prioritário para a prevenção segue recomendação da
Organização Mundial da Saúde (OMS), do Comitê Técnico Assessor
de Imunizações (CTAI) do Programa Nacional de Imunizações (PNI),
em conformidade com o Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais.
“A vacina é
extremamente segura, uma proteção para a vida. Além de proteger a
menina, os estudos mostram que a comunidade também fica protegida.
Por isso, devemos alertar os pais e responsáveis sobre a importância
da vacina. A parceria com as escolas é fundamental nesse esforço do
Ministério da Saúde. Precisamos contar com a colaboração dos pais
e das escolas para conseguir alcançar a nossa meta e começar a
escrever uma outra história no nosso país de enfrentamento à essa
doença, que é o terceiro tipo de câncer que mais mata as mulheres
no Brasil”, reforçou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante
o evento de lançamento da campanha, em Belo Horizonte, nesta
segunda-feira (9/3).
A vacina está
disponível desde o início de março nas 36 mil salas de vacinação
espalhadas pelo país. Para este ano, o Ministério da Saúde
recomenda aos estados e municípios que façam parcerias com as
escolas públicas e privadas, repetindo a estratégia adotada na
primeira dose da vacina, quando 100% do público estimado, de 4,95
milhões de meninas de 11 a 13, foi vacinado. Já a segunda dose, que
teve o foco a administração apenas nos postos de saúde, alcançou
2,9 milhões de meninas, atingindo 58,7% do público-alvo.
“Com a introdução
da vacina, podemos reduzir drasticamente os casos de câncer do colo
do útero e a taxa de mortalidade. Com isso, poderemos ter a primeira
geração de mulheres livre da doença. Para isso é importante que
as meninas completem o esquema vacinal, tomando as três doses da
vacina, conforme o calendário preconizado pelo Ministério da
Saúde”, alertou Chioro.
Esquema vacinal
Para receber a dose,
basta apresentar o cartão de vacinação e o documento de
identificação. Cada adolescente deverá tomar três doses para
completar a proteção. A segunda deve ser tomada seis meses depois,
e a terceira, cinco anos após a primeira dose. A partir de 2016,
serão vacinadas as meninas de 9 anos.
As meninas de 11 a 13
anos que só tomaram a primeira dose no ano passado também podem
aproveitar a oportunidade de se prevenir e procurar um posto de saúde
ou falar com a coordenação da escola para dar prosseguimento ao
esquema vacinal. Isso também vale para as meninas que tomaram a
primeira dose aos 13 anos e já completaram 14. É importante
ressaltar que a proteção só é garantida com a aplicação das
três doses.
Para as mulheres que
vivem com HIV, o esquema vacinal também conta com três doses, mas
com intervalos diferentes. A segunda e a terceira doses serão
aplicadas dois e seis meses após a primeira. Nesse caso, elas
precisarão apresentar a prescrição médica.
Desde março de 2014, o
SUS oferece a vacina quadrivalente, que confere proteção contra
quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia
em quem segue corretamente o esquema vacinal. Os subtipos 16 e 18 são
responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero
em todo mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais.
A vacina contra HPV tem
eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram
a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.
Hoje, é utilizada como estratégia de saúde pública em mais de 50
países, por meio de programas nacionais de imunização. Estimativas
indicam que, até 2013, foram distribuídas cerca de 175 milhões de
doses da vacina em todo o mundo. A sua segurança é reforçada pelo
Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização
Mundial de Saúde (OMS).
Para a produção da
vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde firmou Parceria para o
Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Butantan e o Merck. Serão
investidos R$ 1,1 bilhão na compra de 36 milhões de doses da vacina
durante cinco anos – período necessário para a total
transferência de tecnologia ao laboratório brasileiro. Para 2015, a
previsão do Ministério da Saúde é de adquirir 11 milhões de
doses.
Câncer do colo do
útero
O câncer do colo do
útero é o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres no
Brasil, atrás apenas do de mama e de brônquios e pulmões. O número
de mortes por câncer do colo do útero no país aumentou 28,6% em 10
anos, passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012, de
acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação
do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Tomar a vacina na
adolescência é o primeiro de uma série de cuidados que a mulher
deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do útero.
No entanto, a imunização não substitui a realização do exame
preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O
Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25
aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três
anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.
O HPV é um vírus
transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por
meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para
filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da
Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras
da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação
ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 270 mil mulheres,
no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional
do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos.
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