A Secretaria da Saúde do Estado realizará atividades educativas e prestará
orientações e serviços sobre o tabagismo nesta quinta-feira, 29 de agosto, Dia
Nacional de Combate ao Fumo, das 14 às 18 horas, no Shopping Center Um, Aldeota.
Criado por lei em 1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo tem como objetivo
reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população
brasileira para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados
pelo tabaco. Os fumantes que circularem pelo shopping terão a oportunidade de
saber o nível de contaminação por monóxido de carbono nos pulmões, medido
através do monoxímetro.
Com abordagem voltada para a iniciação ao fumo,
a campanha do Dia Nacional de Combate ao Fumo trabalha este ano o uso do
narguilé, também é conhecido como cachimbo d’água ou shisha. De acordo com dados
de pesquisa de 2008, o cachimbo de origem oriental tinha, na época, quase 300
mil consumidores no país. O uso de narguilé está associado com o desenvolvimento
do câncer de pulmão, doenças respiratórias, doença periodontal e com o baixo
peso ao nascer, além de possibilitar a exposição a doses suficientes de
nicotina que causam dependência. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde à
exposição de todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de
aproximadamnente 100 cigarros.
Estudos também apontaram que o uso de
narguilé, após 45 minutos de sessão, acarreta elevação das concentrações
plasmáticas de nicotina, de monóxido de carbono expirado e dos batimentos
cardíacos. Ocorre também maior exposição a metais pesados, altamente tóxicos e
de difícil eliminação, como o cádmio. A longo prazo, seu consumo pode causar
câncer de pulmão, boca e bexiga, aterosclerose e doença coronariana. Mas os
riscos do uso do narguilé não estão somente relacionados ao tabaco, mas também a
doenças infecto-contagiosas. O hábito de compartilhar o bucal entre os usuários
pode resultar na transmissão de doenças como herpes, hepatite C e
tuberculose.
O Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria da Saúde
do Estado atende a população no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart
Gomes (HM) e no Centro de Saúde Meireles. No HM, o programa foi criado em 2002 e
já ajudou mais de 2 mil fumantes a abandonarem o vício. Tanto no HM quanto no
Meireles, fumantes são acompanhados por equipes multiprofissionais, formadas por
médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiras, nutricionistas.
No
início do tratamento os pacientes são ouvidos sobre a motivação para deixar de
fumar. São realizados exames para conheci mento sobre o quadro de saúde dos
pacientes e o grau de dependência da nicotina, uma das principais substâncias
encontradas no cigarro. O tratamento é baseado em abordagem
cognitivo-comportamental e em uso de medicamentos. Orientações permanentes e em
grupo sobre alimentação saudável e os riscos do tabagismo para a saúde também
são rotina no Programa de Controle do Tabagismo.
Um único cigarro possui
mais de 4 mil substâncias tóxicas, das quais 60 são comprovadamente
cancerígenas, causando pelo menos 14 tipos diferentes de câncer. O principal
fator de risco de doenças coronárias, como o infarto do miocárdio, é o uso de
cigarro. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o tabaco mata cerca de 10 mil
pessoas por dia e é a principal causa de morte no mundo, seguida pelo álcool e
pela inalação indireta do fumo, ou seja, que atinge aquele indivíduo que não
fuma, mas convive com fumantes.
A possibilidade de o fumante passivo
sofrer um infarto chega a ser 24% mais que uma pessoa que nunca foi exposta ao
cigarro. Segundo o Inca – Instituto Nacional do Câncer, o número de mortes
anuais chega a 2.655. O tabagismo também é considerado uma doença pediátrica,
pois quem mais sofre com o fumo passivo são as crianças, que podem desenvolver
doenças cardiovasculares.
Segundo dados da pesquisa Vigilância de Fatores
de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel
2011), realizado pelo Ministério da Saúde, o número de fumantes permanece em
queda no Brasil. De 2006 a 2011, o percentual de fumantes passou de 16,2% para
14,8%. A incidência de homens fumantes no período 2006-2011 diminuiu a uma taxa
média de 0,6 % ao ano.
O Vigitel 2011 apontou que 11,8% dos brasileiros
não-fumantes moram com pelo menos uma pessoa que fuma dentro de casa. Além
disso, 12,2% das pessoas que não fumam convivem com algum colega fumante no
local de trabalho. De acordo como o INCA, pelo menos 2,6 mil não fumantes morrem
no Brasil por ano devido a doenças provocadas pelo tabagismo passivo. Realizada
nas capitais, a pesquisa mostrou que 10% da população de adultos de Fortaleza é
de fumantes.
Mais informações sobre o serviço do Centro de Saúde do
Meireles podem ser obtidas pelo telefone 31011440. No Hospital de Messejana, os
que querem deixar de fumar podem solicitar informações pelo telefone
3101.4062.
Assessoria de Comunicação da Sesa
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