10
mil mosquitos serão liberados toda semana em bairro do Rio de
Janeiro. Bactéria Wolbachia faz com que mosquito não possa
transmitir dengue.
Pesquisadores
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vão soltar 10 mil mosquitos
Aedes aegypti toda semana durante três ou quatro meses no bairro de
Tubiacanga, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Os mosquitos
contêm a bactéria Wolbachia, que os impede de transmitir o vírus
da dengue. O objetivo é substituir toda a população de mosquitos
da região para reduzir os casos de infecção por dengue.
A
liberação dos primeiros mosquitos aconteceu nesta quarta-feira
(24). Desde 2012, a Fiocruz trabalha no projeto estudando bairros
para a aplicação do método, avaliando a população de mosquitos
desses bairros e promovendo cruzamentos dos mosquitos com Wolbachia
com os mosquitos do Brasil em laboratório.
Os
ovos de mosquito com a bactéria foram importados da Austrália, com
autorização do Ibama.
A
partir da seleção do bairro de Tubiacanga, a Fiocruz também
começou a fazer um trabalho junto à população de esclarecimento
sobre o projeto. Moreira conta que uma pesquisa foi feita com 30% da
população de cerca de 3 mil habitantes do bairro para verificar o
conhecimento que as pessoas tinham sobre a dengue e a opinião que
faziam do projeto. 90% dos entrevistados disseram estar de acordo com
a soltura dos mosquitos com Wolbachia na região.
Moreira
explica que 10 mil mosquitos serão soltos a cada semana durante
cerca de 3 a 4 meses. Como as fêmeas infectadas passam a bactéria
para os ovos, a expectativa é que depois de um tempo, toda a
população esteja infectada pela Wolbachia. “Toda semana, vamos
soltar os mosquitos e fazer a coleta na região para verificar se
estão infectados ou não, até atingir cerca de 100%. A partir
disso, não precisa soltar mais”, diz o pesquisador.
A
bactéria Wolbachia não traz nenhum risco às pessoas, segundo os
pesquisadores. Moreira explica que as pessoas já estão expostas a
ela no dia a dia: 70% dos pernilongos, por exemplo, têm essa
bactéria no organismo.
A
iniciativa faz parte de um projeto internacional lançado pela
Austrália chamado “Eliminate Dengue: Our Chalange” (ou Eliminar
a Dengue: Nosso Desafio). Foi na Universidade de Monash que uma
equipe de pesquisadores conseguiu retirar a bactéria Wolbachia das
moscas-das-frutas e passá-la para os mosquitos Aedes aegypti,
injetando-a nos ovos dos mosquitos.
Outros
estudos demonstraram que a bactéria era capaz de bloquear o vírus
da dengue no Aedes aegypti, impedindo que o mosquito transmitisse a
doença ao picar alguém. Mosquitos com a bactéria já foram
liberados em algumas cidades no nordeste da Austrália e também no
Vietnã e Indonésia.
No
Brasil, o projeto se chama “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil”.
Nos próximos anos, outros três bairros devem receber os mosquitos
com bactéria, segundo Moreira: Urca e Vila Valqueire, no Rio de
Janeiro, e Jurujuba, em Niterói.
Fonte:
g1.globo.com
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