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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ceará sedia pela primeira vez Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares


Pela primeira vez realizado no Ceará, o IX Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares será aberto nesta quarta-feira, 13 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, com uma homenagem da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares ao governador Cid Gomes pela implantação do Programa de Atenção Integral e Integrada ao Acidente Vascular Cerebral, único programa de governo para o enfrentamento do AVC em nível estadual. Com o programa, o Ceará se tornou o primeiro Estado brasileiro a introduzir o tratamento trombolítico para pacientes com AVC e está montando uma rede de atenção ao AVC, que já tem unidades em funcionamento no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e no Hospital Regional do Cariri (HRC). “Nossa meta é muito ousada – em 2015 nenhum cearense estará a mais de 100 quilômetros de uma unidade de AVC”, diz o neurologista João José de Carvalho, chefe da unidade de AVC do HGF e presidente do IX Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares.

Segundo João José de Carvalho, é o maior evento sobre o tema na América Latina e reunirá mais de 2.500 profissionais de todo o país envolvidos no atendimento ao AVC. A Secretaria da Saúde do Estado apoia o evento e disponibilizou mil inscrições para profissionais de medicina e enfermagem que trabalham na atenção primária e secundária na rede pública de saúde. Os seis cursos pré-congresso serão realizados durante a manhã e a tarde de quarta-feira. O congresso prossegue até sexta-feira e, no sábado, serão mais um curso aos participantes do evento.

A Secretaria da Saúde do Estado iniciou em agosto deste ano a segunda etapa do Programa de Atenção Integral e Integrada ao Acidente Vascular Cerebral no Estado do Ceará, envolvendo 32 hospitais e 36 clínicas radiológicas de Fortaleza que iniciaram a implantação do Registro Estadual de AVC, em cumprimento da Portaria nº 5681, de 2009, que disciplina a notificação compulsória da doença no Ceará. A segunda etapa do estudo epidemiológico do AVC é realizada em convênio com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, de São Paulo, e financiamento de R$ 1,7 milhão do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde. Na primeira etapa do estudo,  entre junho de 2009 e maio de 2012, a mortalidade por AVC em Fortaleza caiu 17% e diminuíram em 32% as complicações em consequência da doença.

O Programa de Atenção ao AVC, desenvolvido nas vertentes epidemiológica, assistencial e educativa, iniciou as ações de vigilância epidemiológica em 2006, com o georreferenciamento de todas as mortes por AVC em Fortaleza. Em 2009 foi iniciado o estudo hospitalar, envolvendo 19 hospitais da Capital. Identificados por concentrar mais de 90% das mortes por AVC, esses hospitais foram visitados por uma equipe de seis pesquisadores que realizaram a busca ativa de novos casos. No total, foram identificados 4.686 casos.

O marco do programa foi a inauguração, em outubro de 2009, da Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), que atendeu 1.400 pacientes no primeiro ano de funcionamento. Os pacientes tiveram acesso ao tratamento trombolítico e a exames modernos como a tomografia realizada pelo tomógrafo multislice, que realiza o exame em apenas 5 segundos. Entre 2009 e 2012, a proporção de internações por AVC com realização de tomografia em Fortaleza aumentou de 90,5% para 98,1%. De 2009 a 2012, entre os pacientes monitorados pelo Programa de Atenção ao AVC, 78,6% (3.684 pacientes) receberam alta e 20%, ou 933 pacientes, morreram em consequência da doença. Em outubro de 2012, a Unidade de AVC do HGF se tornou a primeira do país habilitada pelo Ministério da Saúde com nível 3 por garantir assistência integral aos pacientes, desde a emergência aos serviços de retaguarda.

Com 20 leitos e equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, a Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza é a maior do país. Por ano, segundo João José de Carvalho, reduz em 30% a mortalidade causada pela doença em 50% a incapacitações das vítimas. Em números absolutos, evita cerca de 150 mortes e 400 pacientes ficam livres de sequelas graves.


Atendimento na região

No mês de março deste ano, começou a funcionar a Unidade de AVC do Hospital Regional do Cariri (HRC), que iniciou a descentralização do programa estadual de atenção ao AVC. A Unidade de AVC conta com equipe de clínico geral plantonista, dois enfermeiros e um técnico de enfermagem para cada três leitos. Na Unidade de Cuidados Especiais atuam mais quatro médicos e dois enfermeiros, além de técnicos de enfermagem. São dez leitos na Unidade de AVC agudo. Na  Unidade de Cuidados Especiais são 29 leitos para cuidados ao AVC crônico. De março a setembro, o HRC recebeu 328 internações e duas transferências para a Unidade de AVC agudo. Na unidade, os pacientes têm acesso ao tratamento trombolítico.

Assessoria de Comunicação da Sesa

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