Com 37 transplantes feitos este ano, o Ceará chegou aos 104 transplantes de
medula óssea no Estado desde 2008, quando esse tipo de procedimento passou a ser
realizado pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), em
parceria com Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do
Ceará (UFC). Foram três transplantes no primeiro ano, sete em 2009, 14 em 2010,
17 em 2011 e 26 em 2012, todos autólogos, em que o paciente recebe suas próprias
células sadias. A expectativa do médico hematologista e coordenador do Banco de
Cordão Umbilical e Placentário do Hemoce, Fernando Barroso, é de que este ano
sejam realizados 40 transplantes de medula óssea no Ceará.
Em outubro, o
Hemoce recebeu autorização do Ministério da Saúde para realizar transplantes
alogênicos, em que o paciente recebe células sadias de outra pessoa. Com a
autorização, o Hemoce já está realizando os procedimentos de seleção de
pacientes e doadores para a realização de transplantes. Selecionado o paciente,
após avaliação do estágio da doença que ele tem e do seu estado geral de saúde
para a realização do transplante, é necessário encontrar um doador e a primeira
busca é feita na família do paciente. Como só 30% dos pacientes encontram doador
entre os familiares, e busca prossegue nos cadastros de doadores e bancos de
cordão umbilical.
Desde o ano 2000 o Hemoce é responsável pelo cadastro
de possíveis doadores de medula óssea no Ceará. Atualmente, a Hemorrede estadual
possui cerca de 120 mil pessoas cadastradas no Registro Nacional de doadores de
Medula óssea (Redome). Em 2012, o Hemoce, em parceria com o Hospital
Universitário, foi autorizado a realizar a coleta em doadores para transplante
de medula alogênico, não aparentado. O procedimento antes era realizado apenas
nos hemocentros de Natal e Recife.
No Banco de Cordão Umbilical e
Placentário há 140 amostras armazenadas, com a taxa de 80% disponibilizadas para
transplantes. A média nacional é de 50%. Com a realização de transplante
alogênico aqui mesmo no Ceará não haverá mais a necessidade de encaminhar
pacientes para Atendimento Fora de Domicílio (TFD), em outros estados, como São
Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Segundo Fernando Barroso, o alcance de
80% de disponibilização das amostras para transplantes alogênicos deve-se,
principalmente, ao rigor na seleção das doadoras e a qualidade da coleta e
processamento das células tronco.
A medula óssea é um líquido que fica
armazenado dentro de alguns ossos do corpo e que tem como função produzir as
células do sangue. O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento para
algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfoma.
Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células
normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula
saudável. O transplante autólogo é aquele em que o paciente recebe células
sadias da própria medula. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O
transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula
óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão
umbilical.
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