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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Revista Radis alerta para os desafios das leishmanioses

A edição deste mês da revista Radis (número 143 - agosto 2014) destaca, na reportagem de capa, as leishmanioses - grupo de doenças negligenciadas de difícil diagnóstico, controle e tratamento, que causam de 20 mil a 30 mil mortes por ano em todo o mundo. A publicação também apresenta os resultados da pesquisa Nascer no Brasil, cujos dados mostram que a cesariana, que deveria ser uma intervenção utilizada apenas para beneficiar mulheres e crianças em situação de risco, é o meio mais utilizado na hora do parto. Outra reportagem aponta a relação entre a interferência humana e o aquecimento global. 
Na matéria sobre as leishmanioses, o repórter Bruno Dominguez faz um alerta: o aumento da letalidade e a velocidade com que a doença se expande para o meio urbano se contrapõem às medidas de prevenção, informação para diagnóstico precoce e desenvolvimento de vacinas e medicamentos alternativos - que não avançam na velocidade necessária. “É uma doença complexa, que demanda resposta complexa”, resumiu a pesquisadora do Laboratório Insterdisciplinar de Pesquisas Médicas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Claude Pirmez


Flebótomo mosquito transmissor
das Leishmanioses
Ainda de acordo com o texto, as leishmanioses são endêmicas em 98 países, atingindo em especial nações em desenvolvimento, dada sua relação com pobreza, habitação precária e subnutrição. “O Brasil está na lista dos países que concentram 90% dos 1,3 milhão de novos casos registrados por ano no mundo, junto de Bangladesh, Índia, Etiópia, Nepal e Sudão”, informa a matéria de capa da Radis.
Outra reportagem de destaque traz os resultados da pesquisa Nascer no Brasil, coordenada pela pesquisadora Maria do Carmo Leal, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Intitulada Nascer é normal, a matéria revela que os índices brasileiros de cesariana estão longe das taxas decrescentes apresentadas pelos países desenvolvidos: "do total de partos realizados em todo o Brasil, entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012, 52% foram cesarianas. No setor privado, que atende, em sua maioria, mulheres com mais escolaridade e maior poder aquisitivo, os índices chegam a 88% dos nascimentos", revela. 
Ainda são destacadas a falta de preparo das mães para o parto, a predominância da medicalização abusiva, a legislação e no texto Recursos jornalísticos para a defesa velada da cesariana, a Radis analisa uma reportagem produzida por um jornal de grande circulação que encobre a opção por esse tipo de parto.


Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz)

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